Venho descendo a rua, já é escuro. Nada nem ninguém passa por mim. Apenas piso em buracos, fundos. E descontroladamente perco meu equilíbrio. Nem mesmo os animais se importam. Afinal, era eu quem estava na rua, quem sou eu? quem será eu? por quanto tempo serei eu? Talvez aquela pessoa sentada a alguns quarteirões na praça o qual só vejo as sombrar, seja eu... pode mesmo ser eu daqui algum tempo.. continuo caminhando, e mesmo assim vendo quem sou, quem posso ser, quem serei... ao caminhar, chego a um local, a praça.. e la estava eu.. as sombras não se passavam de sombras e não havia ninguém la.. ou seja.. se sou as sombras.. talvez não seja ninguém... talvez eu não sou ninguém, ou nunca serei, ou ao menos estaria naquela praça.
Gui Rodrigues
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